CRÔNICA FELINA DE UM AUTOR SEM GATO
(Uma homenagem aos 3 gatinhos órfãos que foram adotados por Mari e Tom)
Não me lembro de histórias pessoais com lambidas, unhadas, esfregadas de cabeças e nem miados de gatos. Pudera, nunca tive um ou uma gata para criar ou cuidar. No entanto, gatos e gatas famosos não faltam pra compor uma crônica felina, assim quase leve, pulante e supimpa, como parece uma arte de gato.
– Miados e rons rons de gatos diversos
Opa, deixa eu receber os convidados que vão chegando ainda à luz do dia. Pois, talvez não os reconhecesse à noite, quando todos os gatos são pardos. Isso é o que dizem.
– Bem-vindo Tom
O gato azul russo, primeiro a entrar no texto, escondendo Jerry numa bolsa tiracolo. Tom e Jerry foram gerados por Willian Hanna e Joseph Barbera, em 1940. Quantos desenhos engraçados dessa dupla assisti na TV com o outro Tom, meu filho. Que saudade. Agora, cercados por seus seguranças, eles se apresentam um a um.
– Salve Felix, o famoso gato preto, que apareceu em 1919, pelas mãos do cartunista australiano Pat Sulivan e do animador norte-americano Otto Mesmer.
Em seguida, surge aquele gato que persegue o Piu Piu É o Frajola, com seus pelos pretos e brancos. Criados por Bob Clampett, em 1940, Frajola e Piu Piu atuaram juntos na série Looney Tunes da Warner Bros, nos anos 80.
– Olá Garfield, o extrovertido gato persa laranja, obra de Jim Davis, de 1978.
Olha aí o Bichento, outro gato persa, comprado por Hermione Granger, amiga de Harry Porter, na loja Animais Mágicos, no Beco Diagonal, em 1993.
– Oi Mingau, é o manhoso gato angorá de pelos brancos e olhos azuis, da Magali e da imaginação do Maurício de Sousa, nascido em 1989.
Ops, muito risonho e misterioso, adentra o Gato de Cheshire, que foi aliado de Alice no País das Maravilhas, romance de Lewis Carroll, de 1865. Seus pelos são em tons brilhantes de roxo e azul e ele tem o poder de sumir nos momentos que quiser.
Pra onde será que ele foi?
Agora é a vez do esperto e exibido Gato de Botas, da raça British Shorthair, que ajuda seu dono a ter sucesso na vida, no conto do escritor e poeta francês Charles Perrault, de 1697.
O playlist das músicas que compõem o repertório desta crônica de gatos e gatas, é dedicado ao saxofonista argentino Gato Barbieri,
– “Nós, gatos, já nascemos pobres. Porém, já nascemos livres. Senhor, senhora ou senhorio. Felino, não reconhecerás”. Isto é só o começo da “História de uma gata”, de Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti, tradução e adaptação para o português de Chico Buarque. E docemente cantada por Nara Leão, no lindo LP Saltimbancos de 1977.
– “Eu sou um negro gato de arrepiar. Essa minha história é mesmo de amargar
Só mesmo de um telhado, aos outros desacato. Eu sou um negro gato”. A canção “Negro gato” é de Getúlio Cortez. E dá pra escolher com quem você quer ouvir: Roberto Carlos de 1966, Erasmo Carlos de 1974 ou Luiz Melodia de 1980.
– “O gato preto cruzou a estrada. Passou por debaixo da escada. E lá no fundo azul, na noite da floresta. A lua iluminou a dança, a roda, a festa“. A cena faz parte de “O Vira”, de João Ricardo e Luli, com destaque para a voz de Ney Mato Grosso, no LP dos Secos & Molhados, de 1972.
– “Com um lindo salto. Leve e seguro. O gato passa. Do chão ao muro. Logo mudando. De opinião. Passa de novo. Do muro ao chão”. Composta por Toquinho, Vinicius de Moraes e Luis Enriquez Bacalov, “O Gato” é cantada por Marina Lima, no incrível álbum Arca de Noé, de 1980.
– “O gato é uma maquininha. Que a natureza inventou. Tem pêlo, bigode, unhas. E dentro tem um motor.” Chamada de “O Rom Rom do Gatinho”, a música é de autoria de Adriana Calcanhotto e Ferreira Gullar. E está no álbum no qual a cantora vira Adriana Partimpim, em 2005.
Rom, rom, rom. Miau, miau, miau. Tchau
Nota 1 – Pesquisa histórica, pesquisa musical e texto por Nando Cury
Nota 2 – Esta crônica escrita está ligada diretamente ao podcast do episódio 117 “Crônica Felina de Um autor Sem Gato” do Canal Semônica, no podcastmais.com.br.
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