Histórias e Curiosidades da Árvore de Natal
Por que a árvore está presente na época do Advento na Religião Católica? Árvores tem um rico significado. Árvores simbolizam a vida. Sua longa duração está associada à sobrevivência, oferecendo os ramos, frutos, flores, sementes.
Representa a fertilidade, a estabilidade, a força e união. Pode lembrar ainda a árvore do Paraíso, representante direta do Jardim do Éden. Por isso, desde os tempos mais remotos as árvores são valorizadas e utilizadas em destaque nas tradições culturais e religiosas de diferentes povos.
Mas, há muitas histórias e curiosidades sobre o aparecimento das árvores de Natal. Em 1419 os padeiros de Freiburg, cidade do estado federal de Baden-Wurttemberg, que fica na região da Brisgóvia, próxima das colinas da lendária Floresta Negra na Alemanha, inventaram uma nova forma de oferecer presentes saborosos para as crianças na virada do ano. Penduraram lebkchen (pão de mel natalino), nozes, maçãs e outras frutas em uma grande árvore. E no dia primeiro do ano novo as crianças balançaram os galhos para comer as guloseimas que caiam dela.
Outros fatos marcantes se sucederam no ano de 1441, em Tallin, na Estônia. E em 1510, em Riga, na Letônia. Os comerciantes locais adotaram ideias parecidas, utilizando árvores que ficavam em lugares especiais de cada cidade.
Então em 1539, ocorreu um evento de grande importância: a montagem de uma arvore de Natal na Catedral de Notre Dame de Estrasburgo, na Alsácia, leste francês, que é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO..
Decoradas com doces, biscoitos, nozes e maçãs as árvores foram parar nas salas das residências ao longo do século XVI. A localização estratégica de Estrasburgo, entre França e Alemanha incentivou a prática da montagem da árvore pela região e por toda a Europa.
Em dezembro de 1848, foi publicada no Illustrated London News a imagem da família real britânica da influente Rainha Victoria e do príncipe Albert, em torno de uma linda árvore de Natal. O príncipe, que era alemão, introduziu a tradição de ter uma árvore de Natal em casa. E o costume se espalhou do Reino Unido para os países de língua inglesa e o resto do mundo.
E, a partir de 1850, as famílias norte-americanas adotaram a tradição das árvores de Natal.
Que graça teriam as árvores de Natal sem os enfeites para adorná-las?
Além de decorar as árvores de Natal os enfeites levam, junto e em segredo, os pedidos, desejos e sonhos de familiares e pessoas queridas que vão se reunir em torno delas.
Por esta razão, os origamis de flores e outros objetos de papel portando bilhetes aparecem desde o princípio com maçãs, nozes e bolachas.
Uma virada brilhante na forma de fazer enfeites aconteceu em 1847 quando um soprador de vidro de Lauscha, na Alemanha, inventou as bolas coloridas.
E coube à criatividade dos designers e decoradores gerar tipos de enfeites de diversos formatos, tamanhos, cores e acabamentos. Soprados (vidro ou plástico), moldados (cerâmica ou metal) até esculpidos em madeiras mais leves. Revestidos por tecidos ou feitos por outras técnicas, como a que combina o poliestireno expandido, cetim, purpurina, cola branca e alfinete com cabeça.
Não poderiam faltar na decoração das árvores os laços, anjos, sinos e outras figuras. Uma em especial, recebe o formato de estrela, e geralmente serve de ponteira. Ela lembra a presença da estrela de Belém, que orientou a todos para chegar até o presépio para adoração ao Menino Jesus.
Atribui-se ao monge protestante alemão Martinho Lutero a primeira decoração iluminada dentro de residências. Dizem que numa noite de inverno, enquanto caminhava, viu estrelas brilhando entre as árvores e relacionou-as a presença de Jesus. Então reproduziu a cena em sua casa, usando velas em um pinheiro. Os pisca-piscas e luzes coloridas elétricas surgiram em 1917, pelas mãos do novaiorquino Albert Sadacca, após a explosão de uma árvore que usava luzes de velas.
Dentro do contexto de Natal, inspirado no Advento, acontece o momento de ofertas para Àquele que vai nascer, como fizeram os 3 Reis Magos. Assim a árvore recebe ainda pequenos pacotes pendurados e acolhe os presentes maiores aos seus pés.
No Natal é comum o uso de árvores artificiais. Mas, há muito tempo, o pinheiro é a sua árvore oficial.
A adoção do pinheiro, a Nordmanntanne, popularizou-se porque seus galhos e ramos permanecem verdes mesmo em rigorosos invernos e não picam. Na Alemanha e na Áustria existem terras agrícolas e viveiros especializados para o plantio da Nordmanntanne. A Dinamarca é a líder de mercado e as sementes vem da região do Cáucaso.
No Brasil o dia certo para montar a árvore de Natal é no 1° Domingo que marca o início do Advento, em dezembro. A desmontagem da árvores deve acontecer após a comemoração do Dia dos Santos Reis, em 6 de janeiro.
Algumas canções de Natal, reverenciam o pinheiro, que é chamado de Tannenbaum e Christmas Tree. Segue um pequeno playlist com homenagens à Árvore de Natal:
· Rockin’ Around The Christmas Tree (Johny Markes), com Brenda Lee
· The Christmas Tree Song, (A.J. Jenkins), com A.J.Jenkins.
· The Happiest Christmas Tree (Nat King Cole), com Nat King Cole
· Tannenbaum (Traditional), com Celtic Woman – (Live At The Helix In Dublin, Ireland/2013)
Brenda Lee, discos de Natal
NOTA 1 – Esta crônica escrita é complementar ao podcast episódio 123 do canal Semônica, produzido pelo podcastmais.com.br.
NOTA 2- Pesquisa histórica, pesquisa musical, texto, roteiro e locução no podcast por Nando Cury
NOTA 3 – Fontes inspiradoras: nationalgeographicbrasil.com; revista casaejardim.globo.com; megacurioso.com.br; significados.com.br; simplesmenteberlim.com; mundoeducacao.uol.com.br; viajoteca.com; casaeartesanato.com
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