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PIRILAMPOS URBANOS E HUMANOS

Era comum vê-los, camuflados no escuro da noite, nos quintais das nossas casas, há muitos anos atrás. Seres muito especiais que, por encanto, brilhavam e sumiam, tornavam a brilhar e a sumir. Nós ficávamos abismados, olhando estáticos e firmes para o escuro; torcendo pra que eles ficassem muito tempo conosco. Brincávamos de adivinhar quantos estavam presentes, quais mensagens estavam nos trazendo.

Vagalumes na florestaPirilampos, conhecidos também por vaga-lumes, são pequenos besouros da ordem coleóptera. Possuem órgãos que contém substâncias químicas e lhes dão a capacidade da luminescência e da intermitência de uma luz mágica.


PirilamposComo “seres do mato” tem presença cada vez mais rara nas cidades. Pois não toleram a concorrência da poluição luminosa das luzes artificiais. Padecem com a perda do seu habitat, à medida em que avançam os desmatamentos e queimadas. Somem em frente à grande quantidade de pesticidas colocados nas plantações. Estas ameaças podem extinguir algumas das 2.000 espécies de pirilampos do planeta. É o que revela um estudo recente, desenvolvido pelo Grupo de Peritos em Pirilampos da União Internacional para Conservação da Natureza, UICN, coordenado pela Universidade norte-americana TUFS e publicado na revista BioScience.

Vagalumes e pirilamposEntão, se hoje é quase impossível ter o privilégio de ver um desses incríveis besouros, que tal, olhando a paisagem noturna das nossa janelas, buscarmos outras espécies de pirilampos? Começando pelos pirilampos urbanos.

Nas cidades litorâneas ou portuárias, podemos encontrar pirilampos nas luzes dos faróis que indicam aos navios a proximidade da terra.

Farol marítimoOutros vaga-lumes de fachos de neon entrincheirados nas pistas de pouso dos aeroportos, orientando os pilotos. Ou vindos das luzes pisca piscantes das pontas de asas e dos tetos das cabines dos aviões. Como segurança, lá no alto de morros ou de avenidas que ficam em platôs, aparecem os pirilampos nas ponteiras das torres de TV e de rádio.


Pouso de aviãoPróximos das calçadas, nos cantos de paredes, piscam os vaga-lumes de advertência de entrada e saída de veículos de prédios e casas. Os próprios faróis de freios dos carros são pirilampos que acendem e apagam, alertando os motoristas que vem atrás, para eventuais freadas ou paradas súbitas.


Trânsido de automóveisPedindo passagem a todos, correm pelas ruas os vaga-lumes das luzes das ambulâncias e viaturas de polícia. Diferentes luzes pisca piscas repousam em letreiros de estabelecimentos comerciais como hotéis, motéis e parques de diversões, também são legítimos representantes de pirilampos urbanos. Se, como num filme, acelerarmos o tempo de cenas noturnas cotidianas, as luzes dos cômodos de cada casa ou apartamento – apagando e ascendendo nos prédios – viram vaga-lumes artificiais.

Predio è noiteSe pensarmos um pouco, também temos algumas espécies de pirilampos ou de vaga-lumes dentro de nós. Em nossa imaginação, no processo criativo provocamos iluminações, mas sofremos de eventuais apagões.


Cabeça pensanteFisicamente, não esqueçamos dos movimentos das pálpebras que abrem e fecham as luzes dos nossos olhos. E nem das chamas – que acendem, reacendem e apagam – através dos nossos sentimentos, emoções e paixões.

 

 

PIRILAMPO (Lourenço Baeta e Xico Chaves)
Linda estrela que voa mais
Piscando aqui e acolá
É o seu olhar que vagueia
Seu olhar a me chamar
Flor alada que incendeia
Que o coração dentro do peito
É lua cheia
Feito um balão lá no céu
Na tristeza, dá alegria
No meio da correria
Pirilampo
Quanto de amor vai e vem
Apagando e acendendo
A chama que a gente tem
Pirilampo.

Nota 1- Esta crônica escrita complementa o podcast do episódio 42 do Canal Semônica, criação de Nando Cury e produção do podcastmais.com.br
Nota 2- Pesquisa histórica, pesquisa musical, texto, locução, violões e vozes no podcast por Nando Cury
Nota 3- Fonte consultada: Revista Wilder; https://www.wilder.pt/historias/por-que-estao-a-desaparecer-os-pirilampos


 

 

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