Amigas se encontram

POR UMA SURPRESA

Surpresa é uma coisa imprevista, que acontece na vida. Torcemos pra que seja boa, bonita, alegre, divertida, agregadora… Inesquecível como a chegada de um filho (a). Emocionante, no encontro inesperado de um amigo (a). Ou marcante ao conhecer novo lugar.

Às vezes, fazemos força, damos uma mãozinha pra que ela apareça. Quando investimos em saídas de lazer, indo pra shows, bailes, restaurantes, festas… Ou realizamos reuniões, viagens. Ficamos nos preparando, imaginando, ansiosos, nervosos…

Ela pode acontecer na esquina, no elevador, no supermercado, numa praça, no clube, na estrada, em qualquer lugar e momento. Lendo um novo livro, assistindo a um filme, a uma peça de teatro ou a um jogo de futebol. Vendo novas paisagens.

A surpresa que dá um toque diferente no coração, aflora ao sentir a chegada da pessoa amada. É este modelo que contam Caetano Veloso e João Donato na melodiosa “Surpresa” do LP Cores e Nomes (1982), de Caetano. A canção traz, curiosamente, uma letra de apenas 14 palavras. “Que surpresa. Beleza. Luz acesa. Certeza. Que saudade. Verdade. Já chegou. Então. Vem cá.”

Rosto de surpresaUma situação semelhante surge em “Arrebol” (1977) de Dominguinhos e Anastácia. Os autores definem o momento preciso e o modo da surpresa. ”Que surpresa alegre. Você vir chegando ao nascer do Sol… Que surpresa alegre. Bem vinda, amada. Chegue-se a mim. Cravos e açucena plantei. Pra você em nosso jardim.”

Outro modo de surpresa pode ser aguardado para um dia especial da semana, assim definido em “O Homem da Sucursal“ (1970) de Fernando Brant e Milton Nascimento: “Sempre na surpresa de domingo. Se unem todos antes da tarde chegar. E aí eu vejo um sorriso claro. Alegria de um olhar sem lei. Vozes e cidades se escutando. E luzes e sombras não se quer pensar. No final.”

Mas a surpresa pode vir provocada por um pedido, engendrado de inúmeras formas, como explicam Zeca Baleiro e Zélia Duncan em “Me faz uma surpresa” (2019). “Me faz uma surpresa. Manda um sinal que seja. Uma flor na minha porta. Um carinho na bandeja. Um poema por e-mail. Uma carta, um galanteio. Pode ser por um portador. Ou pelo correio.”

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