CANZONI MUITO ROMANTICAS
Quando eu teimava com alguma coisa escutava “e dai dai questa marteleta’’’. Se continuasse a teimar, ouvia: “va te fare benedire”. Lembrando de algumas frases italianas ditas por minha mãe e herdadas da minha avó. Nesta semana, bateu forte uma saudade da mama Helena e da vó Adélia, duas descendentes da “Velha Bota” e muito marcantes na minha vida.
Automaticamente fui buscar algumas músicas italianas que eu ouvia na década de 60 e início de 70. Elas se encaixavam perfeitamente com os anos dourados em que a gente vivia. Época das paixões impossíveis. Paqueras no footing da praça. Encontros marcados pelo telefone fixo. Namoros à distância por cartas escritas à mão. Ou, suspirando de mãos dadas nas sessões de cinema. E as músicas italianas presentes nos filmes, nos bailes, nas reuniões, na televisão. E nos festivais de canzoni italianas, como o de San Remo, província de Impéria, tália. Piu românticas canzoni italianas que esbanjavam melodia nos belos arranjos de orquestra. Suas frases, em italiano, entravam poeticamente e gentilmente em nossas cabeças com le belle parole d´amore. Dentre aquelas especiais, escolhi algumas que considero muito românticas.
Dos anos 60, figurava entre as mais tocadas “Legata a un granello di sabbia” (Amarrado a um grão de areia) (Nico Fidenco, Marchetti), com Nico Fidenco (1961). Ele foi o primeiro cantor italiano a vender 1 milhão de cópias com um single.
“In ginocchio da te” (Ajoelhado aos teus pés) (Bruno Zambrini), com Gianni Morandi (1964), trazia uma declaração forte: te amo mais que a minha vida . E um esclarecimento: a outra não é nada pra mim.“ Começava assim: “Io voglio (quero) per me le tue carezze. Sì, io t’amo più della mia vita. Ritornerò in ginocchio da te. L’altra (a outra) non è, non è niente per me.
Depois Gianni Morandi participou em 1965 do filme ‘Se non avessi più te’ e tem como partner sua esposa Laura Efrikian. Não foi surpresa que Gianni emplacasse mais um hit com a canção homônima. “Se non avessi più te”.
Também, em 1964, foi a vez de John Foster, nome artístico de Paolo Occhipini, cantor-jornalista da revista italiana Oggi, gravando “Amore Scusami” (Vito Pallavicini, G. Mescoli), arrebatar nossos corações. “Amore, scusami. Se sto piangendo, amore, scusami. Ma ho capito (entendo) che lasciandoti (deixando você) Io soffrirò”.
No ano seguinte, John Foster repetiu a dose e lançou a linda “Cominciamo ad amarci “ (Pallavicini, Mescoli), “Cominciamo ad amarci questa sera.(tarde). Cominciamo con un bacio piano piano. Poi diremmo le cose di sempre. Ma saranno (serão) come un nuove (novidade) per noi.(para nós).”
Também é de 1965, o grande sucesso de Pino Donaggio, a música “Io che non vivo senza te” (Pino Donagio, Vito Pallavicini). Io che non vivo. Più di un’ora senza te. Come posso stare una vita. Senza te´. Esta música recebeu uma linda interpretação de Chiara Civello e Chico Buarque em 2014.
Gigliola Cinquetti tinha apenas 16 anos quando venceu o Festival de San Remo de 1964, com Non Ho L’eta (Mario Panzeri, Nicola Salermo, Gene Colonnello).” Non ho l’età, (não tenho idade) non ho l’età. Per amarti, non ho l’età. Per uscire (ficar) sola con te”. Outro grande sucesso da competente cantora foi “Dio come te amo” (Gianni Ferrio), em 1967.
“Nel cielo passano le nuvole. Che vanno verso (que vai em direção) il mare. Sembrano fazzoletti Bianchi (Parecem lençóis brancos). Che salutano il nostro amore. Dio, come ti amo. Non è possibile. Avere fra le braccia. (Haver em seus braços). Tanta felicita.”
Do início dos anos 70 selecionei duas canções inesquecíveis. Uma foi lançada pela dupla Wess & Dori Ghezz, formada pelo baixista e arranjador Wesley Johnson, americano naturalizado italiano e a cantora italiana Dori Ghezzi. Eles ficaram muito conhecidos com a canção “Noi Due Per Sempre” (Claudio Cavallaro, F.Piccarreda), que até hoje é muito interpretada em eventos. “È noi due per sempre.Nasce il nostro giorno. È noi due per sempre. Basta stare nascosti qui. (Apenas fique escondido aqui).”
Pra fechar a lista incluí, de bandeja e com todo o requinte de um belo copo de cristal, o grande sucesso de Pepino Di Capri: “Champagne” (Pepino Di Capri), (1973). Uma versão incrível dessa canção é de Andrea Bocelli. Salute!
“Champagne per brindare un encontro. Con te che già eri di un altro. Ricordi c’era stato un invito. Stasera si va tutti a casa mia.”
Nota 1: Esta crônica escrita faz parte do Episódio 112 do Canal Semônica do podcastmais.com.br
Nota 2: Pesquisa histórica, pesquisa musical e texto por Nando Cury
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