RIO DE JANEIRO, EM HISTÓRIA E CANÇÕES
Fundada em 1565, por Estácio de Sá, São Sebastião do Rio de Janeiro conserva heranças dos tempos em que foi a capital do Brasil, (de 1763 a 1960), passando pela Colonização, Império e República. Trazendo exuberantes paisagens naturais, em estreita localização geográfica entre o oceano e Serra do Mar, a cidade deixa evidentes seus contrastes habitacionais.
As belezas naturais da grande capital, como seus morros, bairros e praias mundialmente famosos, inspiram muitos escritores, cineastas, roteiristas de novelas. O Rio é apontado como o berço do samba, do samba-canção, samba-enredo com as Escolas de Samba e também da Bossa Nova. E é claro que essas características de “personalidade” cultural urbana estão presentes em conhecidas canções nacionais e internacionais.
“Cidade Maravilhosa” composta por André filho, para o carnaval de 1935, incorpora um adjetivo do escritor Coelho Neto. “Cidade maravilhosa cheia de encantos mil. Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil.”
Em 1969, Gilberto Gil, indo pro exílio pelo AI5, deixa com “Aquele Abraço”, o seu recado à cidade que o abriga. “O Rio de Janeiro, continua lindo. O Rio de Janeiro continua sendo”.
“O Samba do Avião” composto em 1963 por Tom Jobim, relata a experiência da chegada aérea ao Rio pelo Aeroporto do Galeão, que hoje traz o nome do maestro. “Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades. Rio seu mar, praias sem fim. Rio você que foi feito pra mim.”
Suas praias
A praia de Copacabana é destacada na canção “Copacabana” de autoria de Alberto Ribeiro e Braguinha, um sucesso em 1947, na voz de Dick Farney. “Copacabana, princesinha do mar Pelas manhãs tu és a vida a cantar E a tardinha ao sol poente Deixa sempre uma saudade na gente Copacabana, o mar eterno cantor Ao te beijar ficou perdido de amor.”
A praia de Ipanema e uma garota especial (Helô Pinheiro) são homenageadas em uma das canções mais tocadas em todo o mundo: Garota de Ipanema, criação de autoria de Tom Jobim, em parceria com Vinicius de Moraes. É “Garota de Ipanema”. ”Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela, menina, que vem e que passa. Num doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado do sol de Ipanema.”
Os bairros e estações da cidade também ganham reverências. De Tim Maia, vem a canção “Do Leme ao Pontal”. “Do Leme ao Pontal. Nao há nada igual. Sem contar com o Calabouço. Flamengo, Botafogo. Urca, Praia Vermelha”. De Arlindo Cruz e Mauro Diniz, destacam-se em “Meu lugar”. “O meu lugar. Tem seus mitos e seres de luz. É bem perto de Osvaldo Cruz. Cascadura, Vaz Lobo e Irajá. O meu lugar. É sorriso é paz e prazer. O seu nome é doce dizer. Madureira.” Na canção “Estação Derradeira”, Chico Buarque faz uma homenagem à Mangueira, que fica na primeira estação de trem que leva para o subúrbio carioca, e sua escola de samba ,a Estação Primeira de Mangueira que, naquele ano de 1987, foi a vencedora do carnaval. ”Rio de ladeiras. Civilização encruzilhada. Cada ribanceira é uma nação… Quero ver a Mangueira, derradeira estação. Quero ouvir sua batucada”.
O perfil do carioca e da carioca também aparecem retratados em algumas canções. Como em “Cariocas” de Adriana Calcanhoto, que está no álbum “Fábrica do poema”, de 1997, da cantora gaúcha, que mora no Rio.” Cariocas são bonitos. Cariocas são bacanas. Cariocas são sacanas. Cariocas são dourados. Cariocas são modernos. Cariocas são espertos. Cariocas são diretos. Cariocas não gostam de dias nublados.” Idem nos clássicos da bossa nova. Feito em Ela é carioca”, de Vinicius de Moraes, Tom Jobim, outro sucesso de João Gilberto. E no “Samba do carioca” de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, que vale à pena ser ouvido na brilhante interpretação de Lisa Ono.
Muitos artistas internacionais, fizeram composições para homenagear as belezas da cidade. Seleciono dois; Barry White, com “Rio de Janeiro” apresentada em shows do cantor no Maracanãzinho, em 1982 e James Taylor ovacionado com “Only a dream in Rio” no Rock in Rio de 1985.
Fotos Nando Cury
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