SIMON AND GARFUNKEL: UMA BIOGRAFIA MUSICAL
Contemporânea dos Beatles a dupla Simon and Garfunkel fez sucesso nos anos 60. Paul Simon e Art Garfunkel foram vizinhos e companheiros de escola quando adolescentes no bairro nova-iorquino do Queens. Nessa época faziam apresentações como Tom e Jerry. Voltaram a se encontrar depois de formados na faculdade. Inspirados pela folk music retomaram seus shows, gravaram demos e enviaram para as gravadoras. Até abrirem o caminho musical.
Assim como os Beatles, ficaram juntos por menos de uma década. Mas, com a energia e a criatividade diferenciada para poder gravar 5 álbuns de estúdio, sendo 3 revolucionários, com músicas nos primeiros lugares das paradas musicais e conquistando Gramys.
1964 – Wednesday Morning, 3 A.M.
Produzido por Tom Wilson e lançado pela Columbia Records em 1964, o álbum “Wednesday Moning 3 AM” marca a estreia de Simon and Garfunkel e seus marcantes vocais. Paul Simon é o grande poeta e compositor das melodias da dupla. O disco chegou ao Brasil em 1968 pela CBS.
Além de separar a voz mais grave de Simon no canal esquerdo e a mais aguda de Garfunkel no direito, o LP traz canções em folk e country music como “You can telll the word” de Bob Gibson e Bob Camp, “Bleecker’s Street” , “Sparrow” e “Wednesday morning 3 A.AM” assinadas por Paul Simon.
Inclui também a primeira versão, mais acústica de “Sounds of Silence”, com Simon e Garfunkel acompanhados de apenas dois violões.
1966 – Sounds of Silence
O produtor Tom Wilson teve uma grande sacada. Pegou a gravação acústica de “The Sounds of Silence” de Wednesday Morning, 3 AM e realizou um overdubbing. Ou seja incluiu guitarra, baixo e bateria na faixa original. Então lançou um single no final de 1965 com “The Sound of Silence” que virou o nº 1 na América.
A canção inicia e batiza o segundo álbum da dupla, que contém outras duas canções imperdíveis, compostas por Simon: a balada “I Am a Rock” e a doce “April Come She Will” solada por Garfunkel.
1966 – Parsley, Sage, Rosemary and Thyme
O álbum “Parsley, Sage, Rosemary e Thyme” saiu em vinil em 1966. O nome do álbum é uma frase da música de abertura, a inesquecível “Scarborough fair”, tradicional cântico medieval que recebeu um belo arranjo vocal de Paul Simon e Art Garfunkel. A feira da cidade inglesa de Scarborough é o palco de antiga história de uma prova de amor, que pode ser testada com o uso das ervas salsa, sálvia, alecrim e tomilho, então valorizadas por seus supostos poderes mágicos.
Das 12 músicas que compõem o álbum, num misto de folk, country, jazz e pop rock, destacam-se a balada “Homeward bond” e outra balada com puxada de jazz “The 59th Street Bridge Song (Feeling Groovin)” . Imperdível é “For Emily whenever I may find her” canção solada por Garfunkel.
“Parsley, Sage, Rosemary e Thyme” foi classificado no número 201 dos 500 melhores álbuns de todos os tempos pela Revista Rolling Stone.
Com exceção de Scarborough Fair, (tradicional, adaptação de Simon and Garfunkel), as outras foram compostas por Paul Simon.
1966 – The Graduate (Simon&Garfunkel e David Grusin)
Já famosos, Simon and Garfunkel foram convidados para compor com David Grusin a trilha sonora do filme “The Graduate”, dirigido por Mike Nichols e estrelado por Dustin Hoffman e Katharine Ross, que em português recebeu o nome de “A Primeira Noite de Um Homem”.
Grusin compôs as faixas instrumentais. Além de incluir versões das canções “Sounds of Silence”, “Scarborough Fair” e “April come she will”, Paul Simon compôs a marcante “Mrs. Robinson” especialmente para a personagem de Anne Brancroff. Esta canção foi um estrondoso sucesso e recebeu Grammy de Gravação do Ano. Simon and Garfunkel foram premiados com Melhor performance Pop e Melhor Dupla Vocal.
1968 – Bookends
“Bookends” é provavelmente o trabalho poético-musical mais ligado às reflexões sobre as passagens da vida. Destacam-se três envolventes canções de ricas melodias. Uma é “Old Friends” que relata a solidão de velhos amigos sentados nas pontas de um banco de jardim, como se fossem “bookends” ou apoiadores de livros, pois não conversam mais e guardam suas histórias para si. “Old Friends” traz um vocal envolvente e um caprichado arranjo orquestral que no final tende ao atonal. A cantiga “Bookends” atua como um tema complementar da história dos amigos. “Time it was, and what a time it was, it was A time of innocence, A time of confidences. Long ago, it must be, I have a photograph Preserve your memories; They’re all that’s left you”.
A imperdível é “América”, um hino contestador sobre o sonho americano, com vibrante solo vocal de Simon. Mais um grande sucesso.
O álbum “Bookends” ficou em primeiro lugar na Billboard dos EUA, ganhou o Grammy de melhor gravação de 1968. Simon and Garfunkel venceram como Melhor Performance Vocal de Pop Contemporâneo.
1970 – Bridge over trouble water
O álbum “Bridge over trouble water” traz a mais inesquecível e inspirada composição de Paul Simon. E foi também a que teve a mais caprichada execução. Simon e o arranjador Larry Knetchell modularam o tom original de “Bridge over trouble water” e reescreveram as partituras dos arranjos para que Garfunkel a gravasse divinamente, atingindo notas bem altas. Começa com solo de Garfunkel, acompanhado de um piano. E vai num crescendo com os instrumentos e orquestração. Simon entra com dueto do meio para o final da música.
Outras surpreendentes são “So Long, Frank Lloyd Wright” um mambo, querendo “bossanovear”, que presta homenagem ao arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959). E “Bye bye love” de Boudleaux e Felice Bryant, uma referência aos Everly Brother que inspiraram Simon & Garfunkel. E, vale a pena marcar o country “The Boxer”, que apesar de longo e repetitivo, foi muito tocado nas rádios. É quase uma canção autobiográfica que conta a história de um rapaz que saiu da casa dos pais para lutar pela vida em Nova York, fazendo analogia à vida de um boxeador.” Of every glove that laid him down. Or cut him ‘til he cried out. In his anger and his shame. “I am leaving, I am leaving”. But the fighter still remains
Em 1971, após a separação da dupla, o álbum “Bridge Over Troubled Water “venceu o Grammy em seis categorias: “Álbum do Ano”, “Canção do Ano” (pela faixa-título), “Melhor Canção Contemporânea” (pela faixa título), “Melhor Arranjo para Acompanhamento Vocal” (pela faixa-título), “Melhor Engenharia de Gravação – Música Não Clássica” e “Gravação do Ano” (pela faixa-título).
NOTA: pesquisa histórica e musical, texto por Nando Cury.
Principais fontes consultadas: loja.polvodiscos.com.br; discogs.com; discoessenciais.blospot.com; genius.com; simonandgarfunkel.com; temperodabruxa.com.br
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