CANTANDO PRA LUA
Faz muito tempo que ela impressiona os humanos. Uma transformer típica, que segue as mesmas mudanças, com extrema regularidade, contando em sete dias cada uma de suas fases. Isso levou os estudiosos cientistas a definirem a septímana, o tempo da semana, lá no ano de 325 DC.
Depois do Sol é a Lua quem mais se destaca no céu, especialmente à noite. Na fase de lua cheia, a luz solar ilumina toda a superfície visível da lua. E ela, espertamente, rouba e reflete essa luminosidade pra Terra. Lua cheia vira um imenso farol que orienta caminhantes nas estradas de terra ou vicinais em sítios, fazendas, vilas em todo o mundo. E encanta os motoristas que trafegam pelas rodovias.
Combinando a rotação da Terra com as forças de atração gravitacional exercidas pelo Sol e pela Lua, ocorre o movimento periódico de subida e descida das águas dos oceanos, denominadas marés. A cada 6 horas e 12 minutos a maré cheia vira maré seca e vice-versa.
Na corrida espacial, entre 1957 e 1972, lembramos que a Lua era cobiçada pelos astronautas americanos e russos. O primeiro a pisar na superfície lunar foi o americano Neil Amstrong em 16 de julho de 1969. Agora vira destino de desejo em projetos de empresários multimilionários.
Se às vezes parecemos “lunáticos” não é um mero acaso, pois a redondona é mesmo poderosa. Muda constantemente sua luz e mexe com as nossas emoções. Mas, não se cansa de ser musa e inspiradora de poetas e cantores.
Em 1952, a diva Billie Holiday grava “Blue Moon”, canção de 1934, composta por Lorenz Hart e Richard Rodgers. “Blue moon. You saw me standing alone. Without a dream in my heart. Without a love of my own”.
Em 1964, aproveitando a onda das missões com a nave Apollo, Frank Sinatra regrava “Fly me to the moon”, criada pelo pianista Bart Ooward. “Fly me to the moon. Let me play among the stars. Let me see what spring is like on. A-Jupiter and Mars. In other words, hold my hand. In other words, darling, kiss me.”
Em 1969, em seu precioso álbum Pearl, Janis Joplin inclui a canção “Half Moon” de John Hall e Johanna Hall. “Half moon, nighttime sky. Seven stars, heaven’s eyes. Seven songs on seven seas. Just to bring all your sweet love home to me”.
Nesse mesmo ano, uma banda formada por Arnaldo Batista, Rita Lee, Sergio Dias, Dinho Leme e Liminha lança seu segundo disco que traz “Banho de Lua”. A versão de Tintarella di Luna (Francesco Migliacci, Bruno de Fillipini, Fred Jorge), com Os Mutantes é simplesmente arrasadora nos vocais, guitarras, arranjo…
Em 1979, a banda The Police apresenta o álbum Reggatta de Blanc que destaca a influência do raggae jamaicano sobre suas composições. Uma das principais canções é “Walking On The Moon “ de Sting. “Giant steps are what you take. Walking on the moon.I hope my leg don’t break. Walking on the moon. We could walk Forever. Walking on the moon,”.
Em 1980, é a vez do excelente quarteto vocal MPB4 escolher a canção “A Lua” de Renato Rocha, no ótimo LP Vira virou. “A Lua. Quando ela roda. É Nova. Crescente ou Meia. A Lua.É Cheia. E quando ela roda. Minguante e Meia. Depois é Lua novamente… Mente quem diz que a lua é velha”.
Em 1992, no disco Brasileiro, Sérgio Mendes faz um lindo arranjo pra “Lua soberana”, de Ivan Lins e Victor Martins. A versão combina demais com a interpretação de sua afinadíssima banda. “Veio de madagascar. ilê ilê ilá essa lua soberana. Sobre as águas de iemanjá ilê ilê ilá neste mar de rosa branca. Veio de madagascar ilê ilê ilá essa lua soberana.”
É também de 1992 a dançável “Harvest moon” (lua cheia) do cantor e compositor Neil Young.” Come a little bit closer. Hear what I have to say. Just like children sleepin’. We could dream this night Away… Because I’m still in love with you. I want to see you dance again. Because I’m still in love with you. On this harvest moon.”
Em 1999, a Blackmore’s Night, banda de folk rock e new age de estilo renascentista, liderada por Ritchie Blackmore (guitarra e violão) e Candice Night (vocal) lança o álbum que traz “Under a violet moon” , composta pelos dois, como a principal canção. “Dancing to the feel of the drum. Leave this world behind. We’ll have a drink and toast to ourselves. Under a Violet Moon”.
É de 2005 a gravação de “Virgínia Moon” (Taylor Hawkins, Dave Grohl, Chris Shiflett,, Nate Mendel), linda homenagem à Lua, numa interpretação cativante dos Foo Fighters com Norah Jones.” Dearest constellation, heaven surroundin’ you Stay there, soft and blue. Virginia Moon, I’ll wait for you Tonight”.
NOTA 1- Esta crônica escrita e ilustrada complementa o episódio 113 “Cantando pra Lua”, do podcast do Canal Semônica, publicado pelo podcastmais.com.br.
NOTA 2 – Pesquisa histórica, pesquisa musical, texto e voz no podcast por Nando Cury.
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