Sérgio Mendes

SERGIO MENDES: UMA BIOGRAFIA MUSICAL DOS ANOS 60 E 70

Com mais de 60 anos de atividades musicais o pianista, arranjador e compositor Sergio Mendes já realizou cerca de 35 álbuns e 20 singles. Nesta crônica, apresentamos as principais músicas das suas primeiras décadas de estrada, dos anos 60 e 70.

Sérgio Mendes nasceu em Niterói, RJ, em 14 de fevereiro de 1941. Aos 6 anos vai estudar música clássica no Conservatório de Música de Niterói. Inspirado no jazz de Dave Brubeck, forma um grupo de apreciadores de jazz. Nos anos 60, Sergio Mendes monta o Bossa Rio Sextet e grava o LP “Você ainda não ouviu nada”, com arranjos de Mendes, Tom Jobim e Moacir Santos.

Sérgio MendesEm 1961 participa do famoso “Bossa Nova Festival at Carnegie Hall” em Nova York ao lado de João Gilberto, Jobim, Stan Getz e Charlie Bird. Nessa viagem, visita o clube de jazz Birdland onde encontra John Coltrane, Miles Davis e Cannonbal Adderley, que o convida para fazerem juntos o álbum “The Swinger from Rio”.

Em 1964 Sergio Mendes se muda para Los Angeles, California, EUA. Depois de lançar alguns discos Instrumentais com o grupo Brasil 64, Sérgio decide incluir duas cantoras, que com suas lindas vozes, agregam uma sonoridade especial ao trabalho da banda. São elas Lani Hall e Karen Philipp.

E pra melhorar mais, Sérgio encontra-se com Herb Alpert e Jerry Moss da A&M Records e assina um contrato. Assim, sai, em 1966, o álbum “Herb Alpert Sérgio Mendespresents Sergio Mendes & Brasil 66” que leva a música “Mais que nada” para as paradas do mundo inteiro. A composição de Jorge Bem Jor é a primeira música cantada em português a alcançar o top 5 da Billboard americana. Além de “Mais que nada”, soam vibrantes as canções: “Going out of my head” de Bobby Weinstein e Teddy Randazzo, Day tripper de Lennon and Mc Cartney e “One Note samba” (Samba de uma nota só) de Tom Jobim, Newton Mendonça e Herbie Mann (versão).

“Equinox”, de 1967, é o segundo álbum de estúdio de Sergio Mendes e Brasil 66. São destaques as canções “Constant rain”, versão de Chove chuva de Jorge Bem Jor, “For me”, versão de Arrastão de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, “Night and day de Cole Porter e “Watch what happens” de M. Legrand e N. Gimbel, “Triste” e “Wave” de Tom Jobim.

Sérgio Mendes“Look Around” é o terceiro álbum de estúdio e também da formação original da banda. Tem um ótimo playlist, incluindo canções como “Like a lover”, versão de Cantador de Dori Caymmi, “The Frog” versão de A Rã de João Donato, “With a little help from my friends”, de Lennon and McCartney e “The look of love” de Burt Bacharah e All David, que chegou ao quarto lugar na Billboard e foi indicada para o Oscar de 1968.

“Fool on the hill” é o quarto LP de Sergio Mendes e Brasil 66. Foi lançado em 1968 com nova formação da banda e vocais de Lani Hall. A música “Fool on Hill” chegou a ocupar o terceiro lugar na Billboard. Os requintados arranjos e orquestrações escolhidos por Sergio Mendes encantam e conquistam mais e mais ouvintes. Sérgio Mendes vende mais cópias que os Beatles. Outras canções indispensáveis para se ouvir são: “Festa” de Dori Caymmi, Paulo César Pinheiro e Lani Hall Sérgio Mendes(versão) e ”Lapinha” de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.

No álbum “Cristal Illusions”, de1969, sobressaem as canções: “Cristal Illusions” que é a versão de Memórias de Marta Saré, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, “Pretty World”, versão de Sá Marina de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, “Sitting in the dock of the bay”, de Otis Redding e Steve Cropper e “Dois Rios” de Dori Caymmi e Nelson Motta.

O próximo álbum é “Yê-mê-lê”, lançado também em 1969, e que inclui “Wichita Lineman” de Jimmy Webb, “Some time ago” de Sergio Mihanovich e “Easy to be hard” de Galt MacDermot. A música mais impactante chama-se “Masquerade” de Leonard Haynes Jr e Ronald Rose.

O sétimo LP da banda é “Stillness”, de 1970. Leni Hall deixa a banda na metade da gravação do álbum para se casar com Herb Alpert. E é substituída por Sérgio MendesGracinha Leporace que interpreta com muita classe as bem escolhidas canções do disco, como “Chelsea Morning” de Joni Mitchel, “Viramundo” de Gilberto Gil e “Lost in Paradise” de Caetano Veloso.

Em 1971 chega o LP “País Tropical”, que traz “Morro Velho” de Milton Nascimento, “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, “Na tonga da mironga do cateretê” de Toquinho e Vinicius de Moraes. A indispensável é “After Midnight” de J.J. Cale.

No álbum “Vintage” de 1974 de Sérgio Mendes estão presentes: “Marinheiro só”, de domínio público, “Você Abusou” de Antonio Carlos e Jocáfi, “Travessia” de Milton Nascimento, “Waters of March” de Tom Jobim e “Don´t you worry bout a thing” de Stevie Wonder.

Em 1975 Sérgio Mendes apresenta o álbum “I believe”, que inclui “Here comes the sun” de George Harrison, “Someday we´ll all be free” de Donny Hathaway e “Davy” de Bernard Ighner, A novidade está nos potentes vocais das cantoras Bonnie Bowden e Sandra Cotton.

Sérgio MendesEm 1976 chega um álbum muito valorizado pelos fãs de Sergio Mendes. É “Homecooking” no qual o band líder contrata músicos incríveis como Hermeto Pascoal, Raul de Souza, Michael Sembello. E traz convidados como Gilberto Gil, Carlos e Kate Lyra. As canções imperdíveis são “Emoriô” de Gil de João Donato, “Homecooking” de Sembello, Charles Rainey e Kate Lyra e a vibrante “Sunny Day” de Sembello e Red. Bonnie Amaro, Lise Miller e Marietta Araiza arrasam no canto.

Em 1977, mais um disco acompanha o novo nome da banda: “Sergio Mendes & New Brasil 77”. As canções mais requisitadas são “If you leave me now” de Peter Cetera e “Love City” de Stephen Rudden, Tatiana Mais, Paul Hardy e Jay Williams.

Para o álbum “Magic Lady”, de 1979, mais uma mudança no nome da banda que vira Sergio Mendes e Brasil 88. E uma curiosidade, as faixas principais são disco music, como “Summer Dream” (Sergio Mendes, Michael Sembello e Gene Lees), “Yes I love you” de Michael Sembello, Craig Bickhardt e Fred di Tomasso.

Sérgio Mendes“Horizonte aberto” é um álbum de 1979, que só traz compositores brasileiros. Contém canções como “Tô voltando” de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, “Fato consumado” de Djavan, “O mar é meu chão” de Dori Caymmi e Nelson Motta. A música “Horizonte aberto”, que batiza o disco foi composta por Guto Graça Mello, Paulo Sergio Valle e Sergio Mendes e é cantada por Gracinha Leporace, esposa de Sergio Mendes.

É com este álbum fechamos a primeira crônica sobre o músico, arranjador e compositor Sergio Mendes, apontando suas principais canções, história e parcerias nos anos 60 e 70. Não deixe de ler a segunda crônica sobre Sergio Mendes, que traz suas criações musicais dos anos 80 até 2020.

NOTA: pesquisa histórica, musical e texto por Nando Cury

Imagens: Capas de álbuns de Sérgio Mendes

Ouça a versão com as músicas em:


 

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